terça-feira, 24 de março de 2009

Mensagem aos Apostolados dos Leigos

Mensagem aos Apostolados dos Leigos

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que, é específico dos leigos, pela sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus... Aos leigos, cabe portanto, de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para louvor do Criador e Redentor. (CIC 899)
Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm obrigação e o direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra. (CIC 900)
Esse Apostolado dos Leigos, se deu a partir do Concilio Vaticano II, inaugurado em 11 de outubro de 1962 sob o papado de João XXIII e terminado sob o papado de Paulo VI em 8 de dezembro de 1965.
A partir desse rico período, a Igreja deu espaço para os leigos e também avançou no diálogo com outras Igrejas.
Porém muitos leigos despreparados e apegados aos cargos e não aos encargos da Igreja, parecem que se “fecham em copas” e não se atentam que no Concilio Vaticano II, a Igreja abriu as janelas para que entrasse ar fresco, a pedido do próprio Papa João XXIII. Muitos leigos fechados em si mesmos, acabam não buscando a Eucaristia, mas acabam buscando a carestia do eu. Isso geralmente ocorre porque não tiveram uma cura interior que os levassem a enxergar conforme o filho de Timeu depois do milagre em Jericó. Muitos leigos parecem que não aprenderam que a cura interior se dá quando mergulhamos nas águas do Espírito, assim como uma folha se deixa levar pelas águas dos rio.
É justamente por não terem se lançado nas águas do Espírito, que vemos muitos líderes, muitos coordenadores de pastorais, de comunidades, de ministérios da nossa Igreja pondo trabalhos muitas vezes de anos a fio, no ralo. Fui testemunha de alguns grupos, que infelizmente terminaram e de outros que estacionaram, porque suas respectivas lideranças não se deixaram atingir pela cura interior, pois o primeiro sinal de cura interior é justamente a paz. Se a pessoa, principalmente o líder não tem paz, ele ou ela não pode ser um construtor da paz. Aliás a primeira missão de qualquer um que é chamado à liderança, é construir a paz para aquele grupo. Construir a paz de tal maneira, que no futuro, o seu sucessor seja melhor que ele, pois a paz é construída de maneira tal que a ação do Espírito Santo se torna constante, como um moinho ao vento.
Quando digo construir a paz, não estou dizendo que os problemas irão acabar. A paz, na verdade, não significa ausência de problemas! Construir e viver a paz, significa viver e estar sempre sob a ação de Deus. E viver e estar sempre sob a ação de Deus, significa aprender com o Cristo Eucarístico, que para se tornar Pão, precisa que o trigo seja pisado, moído, triturado, assim como sua própria carne foi. E para se tornar sangue, é preciso do vinho, que primeiro tem sua uva pisada, assim como o próprio Cristo foi pisado e humilhado dando seu sangue todo por nós. Jesus Eucarístico nos ensina, que até hoje, o Mestre se coloca no meio de nós, servindo.
Aproveito essa mensagem, dizendo principalmente aos coordenadores de pastorais, aos coordenadores de ministérios, aos dirigentes em geral que, quando Jesus nos comparou com as ovelhas, Ele que é o Bom Pastor, já sabia que as ovelhas morrem facilmente quando não são cuidadas. Quando perdidas não conseguem achar o caminho de volta. Quando feridas, geralmente morrem no mato, pois não sabem voltar para casa. Alguns especialistas afirmam que as ovelhas não enxergam absolutamente nada nitidamente a partir dos dez metros de distância. Sem contar que a ovelha sozinha fica totalmente indefesa, por isso ela precisa do pastor para defende-la do lobo e para que o pastor possa lhe arrumar pastagens.
Peço ainda aos dirigentes e coordenadores, e demais servos de Deus, que escutem a voz da Igreja, e não fiquem embasados naquilo que ouviram, ou no que alguém disse, ou principalmente no que acham. Isso certamente não leva ninguém ao crescimento na fé. Certa ocasião, ouvi um importante ministro de Deus, um cantor da Canção Nova, dizendo coisas que ouviu dizer, em um retiro de música e que foi muito infeliz na sua colocação. Posteriormente (graças a Deus) ele pediu desculpas. Mas e quem não o viu pedindo desculpas? Será que não repassou a informação errada ao seus irmãos?
Para finalizar, digo ainda aos coordenadores, que tenham mais zelo com as ovelhas que o próprio Cristo, o Bom Pastor, coloca em suas mãos. Também digo às ovelhas, que sejam obedientes, e aprendam com afinco tudo de bom que os pastores, embasados na Palavra e inspirados pelo Espírito Santo, lhes venham ensinar. No mais, busquemos servir a Deus com alegria, pois a alegria combate o mau humor. A alegria (que é um dos frutos do Espírito) cura as vaidades feridas, os ressentimentos, as raivas, as humilhações. Padre Léo nos ensina no livro Segredos para a Cura Interior, que quem leva tudo muito a sério acaba se achando importante demais, até mesmo para sorrir e brincar. Só quem sabe sorrir, consegue tomar decisões corretas a respeito da vida.

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