quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Liberdade sem libertinagem

Liberdade sem libertinagem

É interessante como deturparam o significado da palavra liberdade! É triste observar que deturparam de tal maneira a liberdade, que a confundiram com libertinagem! Ou ainda acrescentaram à liberdade, a libertinagem. Fizeram na verdade apologia à liberdade com libertinagem! Confundiram liberdade, que é a faculdade de uma pessoa poder dispor de si, fazendo ou deixando de fazer por seu livre-arbítrio qualquer coisa, porém acrescentaram: fazendo “sacanagem” com o seu semelhante, tirando até mesmo o direito de ir e vir do outro, obviamente sem regras, o que comprova a libertinagem!
Hoje vemos até mesmo alguns programas na Tv caçoando dos televisivos, ou dos não televisivos numa linha que dá certo monetariamente, mas com um humor muitas vezes grotesco. Mais uma vez vemos a liberdade tirando o direito de ir e vir do outro. Ou seja, vemos a liberdade com libertinagem.
Vemos também muita gente jovem acreditar que a liberdade está em “encher a cara”, ou em se drogar, ou em misturar muito sexo com Rock, ou samba, ou Funk, mas ao acordar no outro dia, e se olhar no espelho, ver que a falsa liberdade o prendeu, e que a verdadeira liberdade está bem longe!
No Carnaval, vemos também muitas jovens acreditando que a liberdade está em “fazer sexo”, beber, se lançar na folia, mas depois de meses ver que a falsa liberdade a empurrou para um aborto, ou para uma gestação pré-matura, ou ainda para uma doença incurável!
Lembro que na década de 70, bem no seu finalzinho, havia uma propaganda, um anúncio na Tv que dizia que: liberdade é uma calça velha azul e desbotada que você pode usar do jeito que quiser. Tempo bom aquele! Tempo em que víamos a liberdade do pai ensinar ao filho que o cigarro não fazia bem para a saúde e o filho não fumava. Tempo em que se via uma gestante, ou algum idoso em uma “condução”, e alguém dava o seu lugar para que a pessoa pudesse sentar. Tempo que a liberdade estava no livre-arbítrio, principalmente da educação, que primeiramente vinha de casa e posteriormente das escolas.

Arnóbio Moreira


Liberdade


Há muitos que deturpam a liberdade
Mas respeitosamente eu aceito, sem acolher
Há muitos que se embrenham por atalhos
E quando se acham livres, se perguntam: o que fazer?

Liberdade é sempre estar atado ao Mestre
É voar tal como as águias tendo um Norte sempre à frente
Liberdade é o livre-arbítrio ser vencido por amor
Pois por amor, nós somos livres em Jesus

Há muitos que se perdem nos caminhos
Ou buscam outras verdades sem buscar o autor da vida
Há muitos que até falam mas não vivem o que dizem
Porque pra viver o Cristo, é preciso renascer.


Arnóbio Moreira

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tu podes curar-me

Tu podes curar-me (Mc 1, 40-45)

Eu saí da minha autopiedade
Eu rompi com os preconceitos que eu também me impus
Os espaços geográficos e os muros virtuais
Derrubei-os pra me aproximar de Ti

Eu venci a exclusão e o meu espelho
As fronteiras e obstáculos atravessei
A vergonha veio ao chão com meus joelhos
Pois eu sei, se queres, Tu podes curar-me!

Cura a minha lepra, toca em minha vida
Cura essa ferida do pecado, estanca o sangue
Toca minha fronte com teu poder, Senhor
Lava, me transforma, purifica-me Jesus.

O Perdão

O Perdão

Hoje, assim que cheguei na empresa, abrindo meus e-mails, vi que dentre eles havia um que falava sobre o perdão, enviado por uma irmã em Cristo, muito amada. Era assinado por Roberto Shinyashiky, com fundo musical de Richard Cleyderman da música All by myself de Eric Carmen, Sheryl Crow e Celine Dion.
No texto, o autor citava uma mulher que havia sido abandonada por seu marido e queria vingança. Citava também as feridas que muitas vezes fazemos e que também nos fazem durante a nossa estadia aqui na terra. Falava ainda sobre deixar no passado as mágoas. Roberto Shinyashiky, me fez ir um pouco além, e passo a partilhar o que penso.
O perdão na verdade, nós não damos apenas. O perdão é uma estrada de mão dupla, por isso quando damos, recebemos! Aliás, isso fica claro na oração que o próprio Cristo nos ensinou: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”. O perdão é um gesto tão nobre, que retira as algemas, abre as cadeias, rompe os laços, nos solta daquele que nos ofendeu, fazendo com que ele, e também nós, sejamos livres.
O texto sobre o perdão, me fez repensar que muitas vezes até mesmo num gesto de sinceridade, ofendemos sem querer a quem nos ofendeu até mesmo por expor a própria situação que nos ofendeu. Também a sinceridade “sem julgamento” muitas vezes mostra ao irmão a sua realidade, que por um passado difícil (mas que ninguém tem nada a ver com isso) se tornou agressivo, ou egoísta, ou hipócrita, ou possessivo, ou individualista, ou mandão, ou grosso, ou sem amor (muitas vezes consigo mesmo). E como citei, acabamos ofendendo quem nos ofendeu. Aliás pela minha personalidade sincera (principalmente comigo mesmo) sei que não julgo, mas muitas vezes falo as verdades que muitos gostariam de falar e que muitos não gostam de assumir, tampouco de ouvir. Principalmente à esses peço perdão.
Indo mais profundo, principalmente na caminhada com Cristo, mais precisamente na Igreja, nos ministérios, é muito fácil percebermos pessoas de difícil temperamento, até mesmo porque Jesus não veio para os sãos mas para os doentes. Então vemos facilmente pessoas despreparadas para funções de chefia, mandando e desmandando, abrindo e mandando fechar, e com isso acabam se enganando, pois na verdade não possuem o dom da liderança. Quando muito, sobressaem dentre alguns. É claro que há exceções!
É também por isso, que como diz o Monsenhor Jonas Abib, é difícil a caminhada! Mas o perdão é para ser dado. E se é assim, eu perdôo, sempre! Mas perdoar não é como muito gente diz, dar sempre a face para bater de novo! Perdoar é você olhar para a cicatriz e não doer mais, afinal a ferida já está cicatrizada. Porém a cicatriz deve deixar você atento quanto ao não se machucar de novo da forma anterior. Pois fica a pergunta: Será que a pele agüenta setenta vezes sete?
Finalizo com o pensamento de que o perdão é para os fortes darem e receberem. O perdão é mais do que um gesto de pedir desculpas, é um ato de romper o coração sinceramente quando se pede e quando se dá. O perdão é muito mais do que palavras, é a chance de um abraço de paz. O perdão é um gesto de imitar a Jesus. Pois ele nos faz ressuscitar, ir no inferno do “fundo nosso eu” e rasgar a carta que havia contra nós.

Arnóbio Moreira