segunda-feira, 9 de março de 2009

Filhos Pródigos

Filhos pródigos

Longe de mim, querer ser santo do pau oco ou moralista. Aliás, quem me conhece sabe que sou contra esses falsos moralismos, sou contra esses homens, essas pessoas que julgam a vida dos outros a torto e a direito e se colocam como verdadeiros santos em pedestais.
Digo mais; para aqueles homens que pregam veemente contra a carne à “galera Teen”. Gostaria de vê-los pregando com a mesma forma, se fossem homens sarados, sem gordura localizada, sem verdadeiros “pneus de caminhões” nas cinturas, ou ainda sem automóveis bonitos, ou principalmente: sem dinheiro no bolso. Sem querer julgar ninguém e nem tampouco apontar dedos, fui testemunha de vários “santos do pau oco” que na primeira oportunidade deixaram para trás tudo aquilo que pregavam e lambuzaram-se em tudo aquilo que eram contra. Só que o mais importante de tudo, é que Jesus é o dono de todo perdão.
Mas deixando de fugir do assunto, e como antecipei, sem falso moralismo, observo que é muito difícil para essa geração mais jovem, dizer não aos apelos da carne. Claro que não é impossível, mas na época da internet, do disk isso, disk aquilo, da facilidade com que as coisas se apresentam, somente sabendo bem a direção do Norte que se busca, é que as pessoas, principalmente os mais jovens não caem e se lambuzam. E louvo a Deus por poder ser testemunha ocular de muitos desses jovens que sabem o que querem. Louvo a Deus por testemunhar até mesmo dentro de casa, jovens autênticos que conhecem a direção do seu Norte.
Nessa época do Vale tudo, vale o que vier, o pior é que diferentemente do tempo da canção que o Tim Maia cantava, hoje vale até mesmo homem com homem e mulher com mulher!
Nessa época da droga fácil em todo canto, do álcool que muito embora a mídia ensine que não combina com direção, parece que o recado não chega aos ouvidos daqueles que se dizem “sóbrios”, parece que tudo concorre para que o fogo se una com a palha.
A maioria dos jovens de hoje, vive como se o mundo fosse acabar daqui a uma hora! Daí o sexo desenfreado, daí a perda do sentido da vida. Daí a falta de referência de hombridade e feminilidade. Daí a falta de vergonha de urinar em público, a falta de vergonha de se fazer muitas coisas em público, as vezes se deixando filmar. O prazer momentâneo é feroz e a vida passa em um segundo, o tempo não pára, não pára, não pára não, como dizia Cazuza.
Indo um pouco antes da geração Teen, vemos ainda meninos e meninos que sequer “fazem sombra” determinando suas vontades, seus desejos, suas ordens para os pais, que infelizmente acreditam que educação é para se aprender na escola, com os professores. Daí vemos o que vemos. Filhos criados pelo mundo. Pessoas criadas sem carinho e sem respeito não podem expressar carinho e respeito. Pessoas criadas sem amor, só podem expressar o que viveram. Daí os estupros, as violências gratuitas. Daí vemos jovens marginais assaltando e jogando pessoas do despenhadeiro da avenida Niemeyer.
Mais uma vez, repito, longe de querer ser moralista, na verdade, me revelo um saudosista, de querer ver jovens jogando bola, empinando pipa, brincando de pique bandeira. Me revelo um saudosista, por querer ver lares ao invés de casas, que na verdade, muitas vezes são cada vez maiores e mais vazias. Me revelo um saudosista de ver cadeiras nas calçadas, de ver filhas ou filhos sentados nos colos dos pais, que jamais pensariam qualquer maldade com seus filhos, quanto mais estuprar seus rebentos. Me revelo um saudosista por querer ver filhos obedecendo aos seus pais com um simples olhar.
É muito triste ver jovens disputarem beijos. Quantos mais beijos melhor. Não importa por onde as bocas que beijam tenham passado dois minutos atrás. Em suas contas, em suas estatísticas cada vez mais “deprimentes” não se dão conta das herpes, das cáries, do mau hálito e de tantas outras doenças que ganham de presente pela “fase” teen que muitas vezes não passa nem com a chegada da velhice.
Falando em velhice, longe de querer ser velho, acredito que cada um de nós tem uma história, e que dentro de cada um de nós existe um filho pródigo que gasta sua herança, que come até mesmo a comida dos porcos. Porém também acredito que assim como o mesmo filho pródigo, dentro de cada um de nós existe um pensador que um dia resolve valorizar o amor do Pai, e sendo assim, toma a coragem de retornar à casa Paterna. E quando o faz, ao chegar perto da casa, enxerga o Pai vindo ao seu encontro para um lindo abraço de perdão.
É óbvio que muitos infelizmente não tomam a decisão por terem a vida abreviada quando comiam a comida dos porcos, ou ainda quando estavam com as meretrizes, ou ainda com os falsos amigos. Porém muitos como eu, louvado seja Deus, conseguem chegar são e salvo para o abraço cheiroso, suado e apertado do Pai. Esses como bons “malandros da galiléia” aproveitam a oportunidade e ficam no bom e saudável convívio da Sagrada Família, com sandália nova, com anel no dedo e com uma grande festa, uma linda festa que só os que tem a coragem de amar e pedir perdão conhecem.

Filho Pródigo
Lucas 15, 11-32

Já é mais que tempo de voltar, nada tenho, só me resta o Pai
Vou dizer, me trata como um servo, não valorizei o seu amor

Mas o que é isso filho amado, tanto tempo Eu esperei por ti
Tantas tardes tristes e vazias, te julgava morto e estás aqui

Hoje eu quero a melhor das festas, venham todos, se alegrar comigo!
Ponha logo esse anel no dedo, e as sandálias novas para os pés
Ponha logo essa roupa nova, erga o rosto, eu já te perdoei
Vamos logo, cevem o novilho, pois meu filho, morto, reviveu!

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