terça-feira, 24 de março de 2009

Guerreiros de Deus

Guerreiros de Deus


Quando um servo por acaso não vai à missão
É qual terra, qual cimento, qual areia
Qual tijolo que faz falta, enfim, à obra
Só que Deus, é na verdade, o Construtor

Quando um servo por acaso deixa de servir
Outros servos vêem o campo mais pesado
Mas guerreiros mesmo fracos são guerreiros
E valentes, dão a liga para o Construtor

Sejamos fiéis a Deus, que conta com o nosso sim
Fujamos da tentação, há um reino a se construir
Não importa o chamado, mesmo enferrujados
Nós somos os tubos, guerreiros de Deus.

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É porque formamos um só corpo, é porque somos membros uns dos outros, é porque Deus não erra, (portanto não errou quando nos escolheu), que precisamos mudar as nossas atitudes de servos escolhidos. É porque somos família, é porque somos irmãos, é porque somos chamados (ao invés das pedras) para anunciar o reino de Jesus, que devemos rever diariamente o nosso sim, que não foi dado para qualquer um, mas para o próprio Deus.
A Igreja para realizar a sua missão, precisa de servos, de ministros de Deus, levando a salvação até os povos. Para isso é necessário que existam pés, mãos, braços e corações unidos como sarmentos (caule lenhoso) à videira, que é Jesus.
Um aspecto que deve ser observado e que ultimamente tenho visto que as pessoas têm deixado de lado, é que devemos servir, e não nos servirmos do nosso ministério. Pois o nosso dever, antes de tudo, é somar na construção.
E a construção começa com um bom alicerce quando nos abrimos aos frutos do espírito, que são: a alegria, a paz, a paciência, a longanimidade (coragem, firmeza de ânimo), a doçura, a temperança (sobriedade). A construção continua quando somos claros, sem máscaras. Quando não falamos do irmão por trás, mas francamente, de forma adulta, buscando a verdade na própria verdade que é o Cristo, nós o orientamos, o corrigimos no amor, para que a unidade que traz a paz, seja constante.
A construção do reino, também passa pela humildade, já que somos apenas canais, nada mais. Segue com vida de oração (pessoal e comunitária). E continua seu trajeto no respeito, no amor ao irmão. Afinal de contas todo serviço deve produzir a fraternidade. Aliás, fraternidade não se demonstra com tapinhas nas costas, com abraços gélidos, com sorrisos amarelos, com meros apertos de mãos. Fraternidade é harmonia. A Bíblia diz que a fraternidade dos primeiros cristãos converteu a muitos que diziam: Olhem como eles se amam. Obviamente em todo lugar que há muito amor, também há muito perdão!
A construção do reino continua quando não nos deixamos levar por qualquer “ventinho”. Ultimamente também tenho visto alguns “líderes”, alguns “coordenadores” dizendo o que acham, sem base no Evangelho. Eles infelizmente, sem discernimento algum, estão construindo seus respectivos ministérios na areia e não na rocha. Um autêntico líder, e é claro, um autêntico servo, ministro de Deus tem por Senhor da sua vida, Jesus. Não é qualquer afirmação, qualquer ensinamento, que devemos fazer como vaquinhas de presépio. Devemos no devido respeito, embasados na Palavra, (sem nos deixar levar pela carne) falar com ao própria pessoa, no caso o líder e com as autoridades da Igreja, que aquilo qual está sendo pregado ou ensinado, não condiz com os ensinamentos da Igreja. A nossa fé, (louvado seja Deus), é regida pelo Espírito Santo, que sopra onde quer, mas tem suas bases na própria Bíblia e no Catecismo da Igreja Católica. O que foge desses ensinamentos, são “ventinhos” que com o tempo se perderão em si mesmos. Há pessoas que devem olhar com atenção para o Livro do Êxodo, capítulo 4, versículo dois, quando mostra que o cajado de Moisés se transformou em serpente.
A construção do reino também passa pela partilha. Partilha do alimento do corpo e da alma. É como o episódio da multiplicação dos pães e dos peixes narrado no capítulo seis do Evangelho de São João. O menino possui os peixes e os pães. Notem que ninguém sabe sequer o nome dele. E isso se dá, porque quem faz o milagre é Jesus. Nós, assim como o menino, precisamos apenas estar no lugar e na hora certa, porque Jesus quer precisar de nós, para que colocando à disposição o pouco do que temos, Jesus alimente a todos, e também a nós. Ninguém possui dons para si mesmo, mas principalmente para benefício dos outros. Um planta, outro rega, mas quem faz crescer é o próprio Jesus.
Para finalizar, a construção do reino continua quando, no serviço, no ministério de Deus, olhamos para o último lugar e o queremos de verdade. A construção do reino, continua quando queremos ser apenas servos e nada mais. Para isso é preciso dentre tantas coisas, jogar fora o ciúme, o orgulho, a ação movida pela carne, a falta de compromisso, a preguiça e a falta de oração. Portanto, servos de Deus, valentes guerreiros, sigamos, construindo tijolo, por tijolo, degrau por degrau, a escada que sobe rumo ao céu, para um dia juntos, na misericórdia de Deus, participarmos da grande festa, onde juntos veremos no céu, a glória de Deus. (João 11, 40).

Será que me conheço?

Será que me conheço?

Será que me conheço, no fundo, de verdade?
Será que o pecado mascarou meu próprio eu?
Eu sei que o meu preço foi pago lá na cruz
Com coroa de espinhos, com cravos nas mãos e nos pés do meu Deus

Preciso me conhecer, preciso me converter
Pois me conhecendo, eu acabo vencendo este espinho em minha carne
Preciso me conhecer, pra te conhecer bem mais
Pra eu que eu possa ter a paz, pra que eu seja sal e luz

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Noite dessas, ouvindo uma palestra do Mário Anderson da Banda Novo Viver, pude relembrar de algumas coisas. assim como também pude aprender, com esse grande canal de Deus, sobre o nosso auto-conhecimento. E veio a pergunta que não quis calar: será que nos conhecemos de verdade?
Então pude relembrar que: “se conhecer”, na verdade é se provar. “Saber o gosto de si mesmo”. Sendo assim, se conhecer é saber da própria miséria. Se conhecer, na verdade, é se reconhecer totalmente dependente de Deus, (que na verdade é tudo em nosso nada)! Se conhecer, é poder se olhar sem máscara, sem desculpas, é cuidar para que o espinho na carne não nos leve ao vício de apenas olhar o chão. Se conhecer, é olhar-se totalmente nu para o Cristo e sair do barco, mergulhando, nadando em sua direção, porque Ele já está aguardando com a fogueira acesa, para ali mesmo na fogueira preparada para assar os peixes, curar, e ouvir de cada um de nós, a mesma resposta de Pedro: Mestre, Tu sabes que te amo.
É interessante como vejo ainda nos dias de hoje, pessoas engajadas na Igreja, que na verdade não se conhecem e que acham que se conhecem. Sem perceber, elas acabaram mascarando a verdade para si próprias. É triste, é penoso ver que, algumas pessoas se confundiram com o novo de Deus. O novo de Deus não significa apenas buscar o reino de Deus, mas primeiramente buscar o reino de Deus, que o mais nos será dado por acréscimo. É interessante como ainda vemos pessoas na Igreja, mas sem alegria. É inacreditável observarmos o número de pessoas novas mas com o jeito velho. Pessoas que se esquecem que um dos frutos do Espírito Santo, é a alegria. Porém para se ter alegria, é preciso que se viva com entusiasmo. E entusiasmo significa ter Deus dentro de nós.
Sou testemunha de que muitas pessoas que perderam o entusiasmo, porque no passado, justamente por não se conhecerem, ou não conhecerem a própria família, deixaram brechas com suas ausências, quando “abandonaram suas casas”, dizendo que Deus cuidaria delas, enquanto seus respectivos filhos, esposas, maridos, ficassem sozinhos, porque afinal de contas, eles tinham um chamado, eles tinham que servir a Deus. A conseqüência desse abandono, o resultado dessa “idéia maluca” para muitos e muitos que foram atrás de idéias frívolas, foi bastante triste. E o pior de tudo, é que muitos desses antigos servos, hoje, ainda culpam a Deus, e não a si próprios, por não terem verificado que a primeira Igreja é a doméstica.
A Bíblia também fala do Espírito Santo como força, como dínamo, energia, luz. E entusiasmo é justamente isso. É ter Deus dentro de nós. E se perdemos a alegria e o entusiasmo, é provável que nos afastemos da presença de Deus. E quando nos afastamos de Deus, encontramos o desamor, a mentira, a máscara, o pecado...
É interessante ainda que observemos que Deus observa a nossa conversão não apenas quando levantamos as mãos em sinal de rendição, não apenas quando dobramos os joelhos no chão para rezar. Deus também observa a nossa conversão quando abandonamos os vícios, a droga, o adultério, a prostituição ou as ocasiões de prostituição, mas sem julgar o viciado, o drogado, o adúltero, a prostituta. É preciso ruminar a Palavra para observar que “para os puros todas as coisas são puras. Para os corruptos e descrentes nada é puro; até sua mente e consciência são corrompidas”. (Tito 1,15) Aliás, o próprio Jesus nos disse, que as meretrizes nos precederão no reino dos céus. (Mateus 21, 31)
Se conhecer é olhar para o espelho interior e no reflexo reconhecer-se fraco, miserável e pecador, mas crendo piamente na misericórdia de Deus que é a força na nossa fraqueza. Se conhecer é reconhecer que Jesus jamais nos abandona, pois é da natureza divina insistir e acreditar nas pessoas.
Mas voltando à pergunta citada no início feita pelo Mário Anderson, se me conheço? Digo que é justamente porque me conheço pouco, que sei dos muitos e muitos caminhões de sucata que Deus ainda precisa retirar da minha vida. É justamente porque me conheço pouco, que eu vejo que o muito da minha irritação, do meu “pavio curto”, que tanto me atrapalha na caminhada, deve ser dominado. Mas louvado seja Deus, falando muito honestamente , muito embora eu quase não aja como a Palavra de Deus nos ensina quando nos diz: “não cedas prontamente ao espírito de irritação; é no coração dos insensatos que reside a irritação”. (Eclesiástico 7, 9) ou ainda: “todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar”. (Tiago 1, 19). Mesmo não agindo dessa forma, eu busco de verdade, fazer o que Deus quer quando nos nos diz: “mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o seu ressentimento”. (Efésios 4, 26)
Renunciando à mentira, falando ao meu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros, (Efésios 4, 23-24) afirmo que se existe algum irmão pensando que guardo mágoas ou ressentimentos, ele se engana! Quando eu digo as verdades embasado na Verdade às pessoas que por acaso me feriram, eu não retenho a falsidade, eu não mascaro o sentimento, eu jogo por terra toda a mágoa e sou curado. Consequentemente não guardo nada me mau no meu coração.
Quanto às discussões que podem haver dentro de cada pastoral, em cada ministério, ou em cada comunidade; em Atos dos Apóstolos, vemos Paulo discutir com Barnabé, Paulo discutir com Pedro (mesmo este sendo chefe da Igreja) (At 15, 1-40) Porém a discussão acaba ali, pois depois vemos Paulo ajudando a Igreja de Jerusalém, quando Pedro vai ao seu encontro pedir ajuda. Mostrando que a discussão, o falar a verdade, muitas vezes é preciso para o próprio crescimento da comunidade.
No mais, sigo acreditando em Deus e em sua Palavra que diz: “Sabemos que nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que seja reduzido à impotência e já não sejamos escravos do pecado”. (Romanos 6, 6) E mais: “justificados pela fé, temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Romanos 5, 1). E ainda: Se me conheço pouco, tenho muito da convicção de Paulo. Ou seja: sei perfeitamente da minha realidade de pecador, mas quero caminhar buscando as coisas do alto. Quero dizer de coração, assim como o próprio Paulo, citando o profeta Jeremias. “Seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jeremias 20, 7).

Mensagem aos Apostolados dos Leigos

Mensagem aos Apostolados dos Leigos

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que, é específico dos leigos, pela sua própria vocação, procurar o Reino de Deus exercendo funções temporais e ordenando-as segundo Deus... Aos leigos, cabe portanto, de maneira especial iluminar e ordenar de tal modo todas as coisas temporais, às quais estão intimamente unidos, que elas continuamente se façam e cresçam segundo Cristo e contribuam para louvor do Criador e Redentor. (CIC 899)
Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm obrigação e o direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra. (CIC 900)
Esse Apostolado dos Leigos, se deu a partir do Concilio Vaticano II, inaugurado em 11 de outubro de 1962 sob o papado de João XXIII e terminado sob o papado de Paulo VI em 8 de dezembro de 1965.
A partir desse rico período, a Igreja deu espaço para os leigos e também avançou no diálogo com outras Igrejas.
Porém muitos leigos despreparados e apegados aos cargos e não aos encargos da Igreja, parecem que se “fecham em copas” e não se atentam que no Concilio Vaticano II, a Igreja abriu as janelas para que entrasse ar fresco, a pedido do próprio Papa João XXIII. Muitos leigos fechados em si mesmos, acabam não buscando a Eucaristia, mas acabam buscando a carestia do eu. Isso geralmente ocorre porque não tiveram uma cura interior que os levassem a enxergar conforme o filho de Timeu depois do milagre em Jericó. Muitos leigos parecem que não aprenderam que a cura interior se dá quando mergulhamos nas águas do Espírito, assim como uma folha se deixa levar pelas águas dos rio.
É justamente por não terem se lançado nas águas do Espírito, que vemos muitos líderes, muitos coordenadores de pastorais, de comunidades, de ministérios da nossa Igreja pondo trabalhos muitas vezes de anos a fio, no ralo. Fui testemunha de alguns grupos, que infelizmente terminaram e de outros que estacionaram, porque suas respectivas lideranças não se deixaram atingir pela cura interior, pois o primeiro sinal de cura interior é justamente a paz. Se a pessoa, principalmente o líder não tem paz, ele ou ela não pode ser um construtor da paz. Aliás a primeira missão de qualquer um que é chamado à liderança, é construir a paz para aquele grupo. Construir a paz de tal maneira, que no futuro, o seu sucessor seja melhor que ele, pois a paz é construída de maneira tal que a ação do Espírito Santo se torna constante, como um moinho ao vento.
Quando digo construir a paz, não estou dizendo que os problemas irão acabar. A paz, na verdade, não significa ausência de problemas! Construir e viver a paz, significa viver e estar sempre sob a ação de Deus. E viver e estar sempre sob a ação de Deus, significa aprender com o Cristo Eucarístico, que para se tornar Pão, precisa que o trigo seja pisado, moído, triturado, assim como sua própria carne foi. E para se tornar sangue, é preciso do vinho, que primeiro tem sua uva pisada, assim como o próprio Cristo foi pisado e humilhado dando seu sangue todo por nós. Jesus Eucarístico nos ensina, que até hoje, o Mestre se coloca no meio de nós, servindo.
Aproveito essa mensagem, dizendo principalmente aos coordenadores de pastorais, aos coordenadores de ministérios, aos dirigentes em geral que, quando Jesus nos comparou com as ovelhas, Ele que é o Bom Pastor, já sabia que as ovelhas morrem facilmente quando não são cuidadas. Quando perdidas não conseguem achar o caminho de volta. Quando feridas, geralmente morrem no mato, pois não sabem voltar para casa. Alguns especialistas afirmam que as ovelhas não enxergam absolutamente nada nitidamente a partir dos dez metros de distância. Sem contar que a ovelha sozinha fica totalmente indefesa, por isso ela precisa do pastor para defende-la do lobo e para que o pastor possa lhe arrumar pastagens.
Peço ainda aos dirigentes e coordenadores, e demais servos de Deus, que escutem a voz da Igreja, e não fiquem embasados naquilo que ouviram, ou no que alguém disse, ou principalmente no que acham. Isso certamente não leva ninguém ao crescimento na fé. Certa ocasião, ouvi um importante ministro de Deus, um cantor da Canção Nova, dizendo coisas que ouviu dizer, em um retiro de música e que foi muito infeliz na sua colocação. Posteriormente (graças a Deus) ele pediu desculpas. Mas e quem não o viu pedindo desculpas? Será que não repassou a informação errada ao seus irmãos?
Para finalizar, digo ainda aos coordenadores, que tenham mais zelo com as ovelhas que o próprio Cristo, o Bom Pastor, coloca em suas mãos. Também digo às ovelhas, que sejam obedientes, e aprendam com afinco tudo de bom que os pastores, embasados na Palavra e inspirados pelo Espírito Santo, lhes venham ensinar. No mais, busquemos servir a Deus com alegria, pois a alegria combate o mau humor. A alegria (que é um dos frutos do Espírito) cura as vaidades feridas, os ressentimentos, as raivas, as humilhações. Padre Léo nos ensina no livro Segredos para a Cura Interior, que quem leva tudo muito a sério acaba se achando importante demais, até mesmo para sorrir e brincar. Só quem sabe sorrir, consegue tomar decisões corretas a respeito da vida.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Escolha de Deus

Escolha de Deus

Eu não fui escolhido por ser bom
Eu não fui escolhido nem por mérito ou beleza
É assim desde de início, é assim desde Abraão
Deus escolhe geralmente os piores

Só que Ele respeita o livre arbítrio, é preciso o sim da nossa parte
É preciso abrir o nosso peito, Ele bate à porta para entrar
Se nós a abrimos Ele ceia, nos unge com óleo lá do céu
Então nossa vida se transforma, já não somos nós, mas Deus em nós

Tu não foste escolhido por ser bom
Tu não foste escolhido nem por mérito ou beleza
É assim desde de início, é assim desde Abraão
Deus escolhe geralmente os piores

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Volta e meia quando começo a escrever, quando Deus me leva a digitar seja o assunto que for, me recordo de determinada pregação do saudoso padre Léo. E não foi diferente com essa poesia, com essa letra acima (qual já coloquei a música), eu mais uma vez recordei de uma pregação, de um livro do padre e “viajei” pensando em como Deus é bom! Como Ele escolhe pessoas que se viam como: o coco do cavalo do bandido, e por pura misericórdia, Ele as transformou em adubo. Porém como o próprio padre dizia, é melhor ser adubo nas mãos de Deus do que ouro nas mãos do mundo.
E desde Abraão, vemos pessoas que se deixaram usar por Deus e tiveram suas vidas modificadas. Tiveram sua vidas transformadas porque disseram sim ao chamado de Deus, disseram sim à escolha de Deus, e confiaram no Senhor, porque”sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. Os que ele distinguiu de antemão também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos”. (Romanos 8, 28-29)
Vejamos a seguir então alguns exemplos de homens e mulheres que tiveram suas vidas transformadas, começando pelo nosso Patriarca.
Abraão. Vivia em Ur da Caldéia (Gênesis 15, 6) e servia a outros deuses (Josué 24, 2). Entre suas fraquezas vemos claramente a mentira. Aliás, para salvar a própria pele, Abrão permitiu que o Faraó tomasse Sara (sua esposa) como sua mulher.
Sara (mulher de Abraão). Demonstra sua fraqueza ao maltratar sua escrava (que por sua própria idéia) deu um filho a Abraão. Sara também se mostra incrédula quanto à promessa de Deus dela conceber um filho na velhice.
Jacó. Neto de Abraão e Sara, filho de Isaac. Como seu avô, também foi um homem cheio de fraquezas, e também através da mentira, engana seu pai, que orientado por sua mãe recebe a benção que deveria ser dada ao seu irmão Esaú.
Moisés. Sua história fantástica também é marcada por fraquezas humanas. Moisés ao ver um egípcio brigando com um hebreu, mata o egípcio e o oculta na areia. Só que o fato é descoberto e ele foge para Madiã. Outro detalhe interessante, é que Moisés era gago. E Deus escolheu um gago para justamente dirigir sua Palavra ao povo.
Davi. Muito embora rei e ungido de Deus, não resistiu aos encantos de Betzabé, uma mulher muito bonita, porém casada. Davi ainda mandou Urias (marido de Betzabé) para morrer à frente do combate nos campos de batalha.
Maria Madalena. Prostituta do qual foram expulsos sete demônios.
Pedro. Um homem grosso, agressivo, que negou Jesus por três vezes mesmo tendo sido avisado que o faria, antes que o galo cantasse. E mesmo tendo vivido tudo de perto com Jesus, resolveu voltar à pesca, deixando para trás todo um rico ensinamento.
Paulo. Um fariseu que levava suas convicções até os extremos. Foi um dos causadores da morte do primeiro mártir da Igreja, Estevão! Paulo foi um perseguidor dos cristãos de difícil convivência, um assassino frio.
Citei alguns nomes bíblicos (não acusando já que não sou secretário do encardido) mas justamente para mostrar que a Bíblia não esconde a fraqueza de ninguém, nem mesmo a fraqueza de Pedro, que recebeu a missão de ser a pedra que edificou a Igreja de Jesus Cristo. Mas o mais bonito de todas essas histórias é justamente o depois. O interessante disso tudo é que Deus narra na Bíblia a miséria dos seus escolhidos, mas a vitória dos seus eleitos a partir da decisão de mudar de vida. Essas pessoas que não eram santas, que tinham muitas limitações, cresceram em vida, graça e sabedoria e se tornaram servos de todos. (Marcos 9,34-35) Essas pessoas, passaram a ter vida com vida. Cito como exemplo os mesmos personagens citados.
Abraão. Se tornou pai quando tinha 100 anos e por ter confiado no Senhor se tornou nosso patriarca.
Sara. Mesmo na velhice amamentou seu filho, e teve sua purificação no episódio do sacrifício do seu filho Isaac.
Jacó. A luta com o anjo evidencia a necessidade de perseverar. Mais tarde ele vai procurar reconciliação com seu irmão Esaú e renovar a sua pertença a Deus. Antes de morrer teve a graça de abençoar cada um de seus filhos. De sua descendência nasceu o povo de Deus. “O Senhor deu-lhe a bênção de todas as nações e confirmou sua aliança sobre a cabeça de Jacó. Distinguiu-o com suas bênçãos, deu-lhe a herança e repartiu-a entre as doze tribos. Conservou-lhe homens cheios de misericórdia, que encontraram graça aos olhos de toda carne”. (Eclesiástico 44, 25-27).
Moisés. Após a experiência da sarça ardente tem um profundo e maravilhoso encontro com Deus. A partir daí sua vida se modifica. Nesse encontro em que recebe a missão de libertar o povo de Deus, ele passou a não mais ver quem era, mas quem é Deus. Moisés a partir desse ponto ele deixa de ser um gago assassino e brigão e se torna um intercessor. Se torna ainda o interlocutor de Deus. Isso sem contar que pela fé de Moisés, Deus faz o povo atravessar o Mar Vermelho.
Davi. Ao lado de Abraão e de Moisés, Davi é um dos mais importantes personagens de toda a história sagrada. Tanto que Jesus veio da descendência de Davi. Davi recebe um lugar de destaque, por sua importância religiosa e civil. Davi é rei e cantor e compositor de Deus. Davi é o homem dos salmos. Davi foi o ungido que matou Golias, o gigante filisteu. Porém após a queda no pecado que mencionamos acima, Davi nos ensina como devemos proceder, justamente não nos deliciando com a sujeira, mas nos reconhecendo como pecador e mergulhando na misericórdia de Deus. “Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia apagai minha iniqüidade. Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado”. (Salmo 50, 3-4). Davi, dessa forma, arrependido e humilhado mergulha na cura interior quando diz: “Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar. Senhor, pela vossa bondade, tratai Sião com benevolência, reconstruí os muros de Jerusalém. Então, aceitareis os sacrifícios prescritos, as oferendas e os holocaustos; então, sobre o vosso altar, vítimas serão oferecidas.” (Salmo 50, 19-21) E Deus acolhe essa oração honesta, bonita e profunda de Davi. E Davi a partir daí volta a guardar os preceitos do Senhor. Volta a observar as leis, ensinamentos e preceitos de Deus.
Maria Madalena. Os livros apócrifos, os filmes épicos, contam que Maria Madalena já ao ouvir o nome de Jesus, sentiu algo diferente, repensando de pronto em sua vida de prostituição. Mas o grande encontro com Jesus é o ponto forte. O encontro de Maria de Magdala com Jesus é o encontro da transformação. O olhar diferente de Jesus para ela era tudo o que ela buscava! Aquela mulher que fora objeto nas mãos, primeiramente do seu ex-marido, e posteriormente de muitos, dentre eles alguns oficiais do exército romano, se lançou nas mãos e nos pés de Jesus. Aquela mulher também como qualquer outra mulher que sequer tinha o direito de ler, de ter o seu testemunho válido, encontra com a própria vida e se dá agora de maneira diferente, pois dá não corpo mas a alma a Jesus. É importante destacar que após a morte de Jesus na cruz, ela foi a primeira a ter um encontro com Jesus ressuscitado.
Pedro. Sempre que penso em Pedro negando Jesus três vezes, me vejo negando Jesus setenta vezes três, e Jesus me perdoando setenta vezes sete! Mas voltando a Pedro, a fogueira que Jesus fez enquanto esperava os peixes para comer juntos aos pescadores, serviu de cura para a negativa Pedro por três vezes. Pois se foram três negativas, também foram três afirmativas quanto ao amor de Pedro por Jesus. E após a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, sobre a Igreja, vemos um Pedro destemido, sempre levando o Cristo, sempre vivendo o Cristo, sempre negando-se a si mesmo e revelando o Cristo, sem medo, com ousadia.
Paulo. Se antes foi um perseguidor dos cristãos, passou a sofrer na pele a perseguição por abraçar a causa do Cristo, por viver o Cristo, por não ser mais ele a viver, mas o próprio Cristo vivendo nele. Paulo mesmo sendo um homem de grande cultura, aprendeu a ser simples e humilde, vivendo do trabalho, aceitando provocações, humilhações e desconfiança até mesmo do povo cristão. Paulo, que significa “pequeno”, com grande coragem se expôs e anunciou o Cristo provavelmente falando além do hebraico, o grego e o aramaico em suas viagens apostólicas. Paulo foi e continua sendo em suas cartas, um evangelizador moderno, que traduz até hoje aquilo que vivemos, aquilo que devemos fazer para seguir o Mestre Jesus Cristo. “Quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça, para revelar seu Filho em pessoa.” (Gálatas 1, 15-16)
Portanto, caríssimos, se não estamos com a cabeça doendo pelo peso da auréola, já é um bom sinal de que somos escolhidos. Padre Léo diz no Livro Buscai as Coisas do Alto, que o que nos impede de chegar a Deus não são os nossos pecados. Pois pelos nossos pecados Jesus morreu na cruz. O que nos impede de chegar a Deus é a máscara que colocamos. Então aproveitemos a escolha de Deus, façamos como Maria, conheçamos a Deus de verdade, deixemos que o Espírito Santo desça sobre nós nos envolvendo com a sua sombra. Fecundemos Jesus em nossos corações. Levantemos depressa e subamos às montanhas. (Lucas 1, 39).

quarta-feira, 18 de março de 2009

Assumir a cura

Assumir a cura

Pra que voltar a andar pra trás, pra que buscar a escuridão?
Pra que buscar tristeza e dor, se a luz de Deus resplandeceu?
Pra que prender-me no meu “eu”, depois ficar olhando o chão?
Pra que voltar às codornizes, se eu já tenho o Pão dos céus?

Eu quero é luz, eu quero é paz, eu quero ser feliz
Quero viver a vida nova, eu quero estar em Deus
Quero assumir a minha cura, eu quero o meu lugar ao céu
Jesus rasgou o véu, libertou-me dos grilhões.

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É curioso, diria até que é inexplicável a maneira como nós, seres humanos, caímos nos mesmos erros! Parece que escolhemos um pecado como se fosse um “pecado de estimação”. Paulo, inspirado pelo Espírito Santo nos ensina que é o nosso “espinho na carne”.
Da mesma forma, estúpida e inexplicável, é a maneira com que enxergamos as curas de Deus em nossas vidas. Pedimos para que Ele nos ajude, nos cure, nos afaste de determinado pecado, Ele age, Ele faz, e passado algum tempo, vamos atrás do pecado, que já estava longe, e o abraçamos e nos lambuzamos, nos sujamos de novo, jogando a cura nos esgotos da vida. E assim conformados com a nossa miséria, vamos caminhando a passos lentos, porque verdadeiramente ainda não nos despimos do homem velho.
Assim, conformados com a “síndrome de Gabriela” que diz: eu nasci assim, eu cresci assim, não escutamos mais uma vez o que a Bíblia nos diz, para que não nos conformemos com este mundo. (Romanos 12)
É interessante observarmos que Paulo quando pede a Deus que Ele retire o espinho da sua carne, Deus lhe diz: “Basta-te a minha graça”. (II Coríntios 12) Portanto é essa graça que devemos buscar, já que somos fracos e temos consciência dessa fraqueza. E assim como temos consciência da nossa fraqueza, também temos consciência de que é justamente na nossa fraqueza que se revela a força de Deus. Não fosse assim Deus não teria escolhido os piores. Aliás o padre Léo dizia quase sempre que: a marca registrada de Deus é que Ele sempre escolhe os piores.
Na minha visão pequena, pobre, e pecadora, porém mergulhada na misericórdia de Deus, consigo enxergar que esse: “Basta-me a minha graça” que Deus nos diz, já é o início da cura interior, tantas vezes pregada e escrita pelo padre Léo. Esse “Basta-me a minha graça” já é o pontapé inicial para que não pequemos quando a vida nos prega alguma peça e “revoltados com Deus” não digamos: o que é um “pum” para quem está todo “sujo de coco”? E é essa cura interior que nos faz assumir Jesus e ninguém mais em nossa vida! E foi essa cura interior que fez Zaqueu parar de roubar. Foi essa cura interior que fez com que ele não se olhasse mais como um “tampinha”, “como um pintor de rodapé”! Foi essa cura interior que fez com que a prostituta quebrasse o vaso de alabastro de perfume caríssimo, quebrando com o vaso, todo um passado conturbado e prostituído. Foi essa cura interior que fez com que o leproso voltasse para agradecer a Jesus por sua cura! E é justamente a cura interior que faz com que vejamos as coisas diferentes e ouçamos o que Zaqueu ouviu de Jesus: “Hoje a salvação entrou na tua casa”.
A cura interior não é algo como um passe de mágica. Jesus não era mágico, nem tampouco um curandeiro. A cura interior também não significa que os problemas terminaram. Os problemas só terminam quando morremos! Aliás, nesse caso eu lembro de um ditado que diz que pobre quando acaba de construir a casa, ela já está precisando de reparos!
A cura anterior acontece quando vemos que somos fracos, e como somos fracos, precisamos de outros irmãos para nos ajudar. É assim que se dá com os animais mais fracos, pois vivem em bandos para se protegerem dos predadores. É assim que se dá com as aves, que voam em bando, e dessa forma, aproveitam o vácuo da ave da frente, e sucessivamente vão mudando de lugar alçando vôos mais longos. O bambu quando novo, deixa que outros bambus cresçam nele, para que mais tarde bem juntos e atados, somem forças contra os vendavais.
Portanto, caríssimos, cada dia deve ser visto como um novo dia. Assim como cada amanhecer deve ser visto como único, novo. Cada segundo é um milagre que não volta mais. Então tomemos posse da cura, principalmente a cura que chega no interior do nosso interior. Não jejuemos enquanto o Noivo estiver conosco! (Marcos 2,18-19). Não continuemos pondo remendo de pano novo em roupa velha! (Mateus 9,16). E não continuemos nos conformando com este mundo, nem tampouco usando a forma do mundo; mas nos deixemos ser transformados pelo Espírito Santo de Deus, para que este sim, nos modele.

quarta-feira, 11 de março de 2009

O olhar de Deus

O olhar de Deus

Muitas vezes, diante do Sacrário, bem pertinho de Jesus Sacramentado, enquanto converso com Ele, enquanto o adoro, enquanto o contemplo, penso no jeito humano e divino de olhar de Jesus. Penso em como exatamente seria o seu olhar intenso, que sem nenhuma acusação mas com profundo amor, acabava curando as pessoas.
Então, no nosso último encontro pensei em como foi o olhar de Jesus, que é a própria fonte eterna de água viva, pedindo água para a samaritana. Pensei também em como aquela ex-prostituta a partir daquele olhar mudou a forma de olhar para si mesma, para a própria vida. Pensei em como Jesus olhou para Zaqueu, e como Zaqueu depois de ter olhado nos olhos de Jesus olhou para si mesmo, olhou para os seus erros e mergulhou não apenas no Justo, mas na justiça. Penso no olhar de Jesus para a mulher adúltera pega em flagrante, e penso no olhar da mulher adúltera vendo Jesus agachado, no mesmo nível dela, curando, amando, e afastando o povo que queria apedreja-la. Penso no olhar de Jesus para Saulo que depois se tornou Paulo, com uma pergunta e um brilho tão intenso que chegou a cegá-lo. Porém depois daquele encontro, daquele olhos nos olhos, aquele homem chegou a afirmar que já não era mais ele que vivia, mas era Cristo que vivia nele!
Mas em todas as experiências narradas na Bíblia, eu não consigo conter as lágrimas ao pensar no olhar Jesus para Pedro, quando este, mesmo depois de ter sido avisado, o acabara de negar por três vezes. O olhar de perdão e de compreensão de Jesus para com Pedro era tão quente de amor que nem mesmo o calor da fogueira que estava perto se compara ao calor, a ternura daquele olhar. O olhar de Jesus é mais do que fenomenal, é divino! Posteriormente, após a ressurreição do Mestre, quando Pedro havia retornado à pesca, Jesus chega à praia e prepara a fogueira para depois mandar que os pescadores jogassem as redes direito, no lado direito! E ali diante de uma fogueira, Jesus ainda sem acusação, mas repleto de amor, pergunta a Pedro (também três vezes) se ele o ama? Diante de uma resposta sincera e afirmativa, Jesus manda que Pedro apascente suas ovelhas. Jesus com seu olhar de perdão, comprova mais uma vez com gestos, que nada tem contra Pedro, e que ainda confia que ele seja capaz de conduzir seu rebanho.
É interessante, e eu já escrevi anteriormente a respeito, sempre que caio, que peco, ao entrar no Sacrário eu demoro a olhar para Jesus. Eu demoro para erguer a cabeça e encarar o Rei dos reis, pois me vejo sujo, me vejo como Pedro negando-o. Porém, após alguns minutos de conversa franca, sem máscaras, o meu coração, junto com os meus olhos espirituais sente fortemente a experiência do que vem a ser o olhar de Jesus, um olhar aquecido justamente por ser acolhedor, um olhar doador, um olhar que sempre perdoa, um olhar de misericórdia, um olhar de Deus.

terça-feira, 10 de março de 2009

Eu sou do tempo...

Eu sou do tempo...

Eu sou do tempo que a palavra já bastava, a amizade era sagrada, e os filhos pediam a bênção para os pais. Eu sou do tempo que o leite vinha em garrafa e a luz da rua era de graça, como a graça na TV.
Eu sou do tempo do Chico City, do Pantaleão, do Silva, do Alberto Roberto. Sou do tempo do Viva o Gordo com Capitão Gay e Carlos Sueli. Sou do tempo do Satiricon, do Balança mas não Cai. Sou do tempo do Golias, do Grande Otelo, dos Trapalhões. Eu vi Costinha, Mazzaropi no cinema, vi Lúcio Mauro recitando o seu “poema das mãos”.
Eu sou do tempo do Rum Creosotado, do Maracanã lotado, mas sem briga ou facção. Eu sou do tempo do Tostão, do Rivelino, do Roberto Dinamite, e tantas vezes vi o Zico com o Mengão ser campeão.
Eu sou do tempo que as compras eram no “prego”. Mas as compras eram pagas, pois palavra e sobrenome eram a extensão do céu. Eu sou do tempo do Bee Gees, da Elis, do Blue Magic, do Stylistics, do Nelson Gonçalves, do Altemar, do Kenny Rogers, do 14 Bis.
Eu sou do tempo da tv em preto e branco, da radio vitrola, das praças com bancos sem spray, sem pichações, tudo limpinho. Eu sou do tempo Repórter Esso, da revista O Cruzeiro com o Amigo da Onça. Eu sou do tempo da Varig, da Vasp, da Status, com a Sandra Bréa na capa, quase vestida.
Eu sou do tempo da Ducal, da Bemoreira, do Fantástico com o Cid Moreira, sou do tempo em que se via desenhos e não essas besteiras que só promovem o ódio e a guerra. Eu sou do tempo do pódio do Ayrton Senna aos domingos, do Oscar vestindo a 14 amarelinha, sou do tempo em que o brasileiro entrava em campo com a camisa doze, jogando contra qualquer país.
Eu sou do tempo em que se aprendia com os pais, cidadania e tudo mais, honestidade com o direito de ir e vir. Eu sou do tempo do amor, da piedade, sou do tempo em que alguém se levantava para dar lugar na “condução” ao ancião ou à gestante.
Eu sou de um tempo quase agora, mas quando chegar minha hora, vai comigo a convicção de que muitas coisas erradas do tempo atual não chegaram a me desvirtuar, ou sobrepujar os conselhos e conceitos aos quais fui ensinado. Conceitos esses que pude também deixar para os meus, graças a Deus!
Sem mais “delongas”, um forte abraço de um quarentão que se fosse cantar a música do Fábio Júnior cantaria...
Eu não abro mão, nem por você, nem por ninguém eu me desfaço dos meus planos, quero saber bem mais que os quarenta e tantos anos.

Não olhe pra trás

Não olhe pra trás
Gênesis 19, 15,17 – Mateus 25, 14ss -

Há quem busque ficar nas planícies
Cultivando mágoas, ressentimentos
Há quem fique no acomodamento
No pecado, na falta de garra

Não olhe pra trás, vá, suba a montanha
Conquiste as coisas do alto!
Invista na vida, supere sua força
Se o céu é a meta, por Cristo, desterre os seus dons!

Há quem busque ficar nas desculpas
Sempre preso às coisas pequenas
O alimento do medo é a culpa
Mas Jesus é dono de todo perdão

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O saudoso padre Léo, no seu livro Buscai as Coisas do Alto, nos adverte que, por causa do pecado, tendemos a ficar parados nas planícies da vida. Na hora da enchente, porém, a planície é o primeiro lugar que se alaga!
Ainda citando o inesquecível e sempre vivo padre Léo, ele diz que, deter-se na planície é permanecer cultivando pequenas mágoas e ressentimentos. O próprio texto bíblico nos ensina um grande segredo para a felicidade: não olhar para trás.
No mundo das coisas fáceis são geradas pessoas enfraquecidas, sem determinação, sem garra, sem coragem, sem metas, sem Norte. O que mais vemos hoje são pessoas procurando empregos mas na verdade não buscam o mais importante que é o trabalho.
Vejo que isso reflete na nossa caminhada cristã. Com o nosso marasmo, com a nossa preguiça espiritual de subir a montanha, deixamos a mídia empanturrar as pessoas, que na verdade tem fome e sede de Deus, com baboseiras, com “Big Brother”, que na íntegra, de irmãos, não tem nada. Vemos as novelas cada vez mais pregando o anti-cristo. E como poderiam pregar outra coisa se o que dá ibope e consequentemente o retorno monetário é justamente a tragédia, o adultério, o lar desfeito, o crime, o homossexualismo? Vemos os programas de fofocas “dando cabeçada” justamente porque o povo está vazio de Deus.
Com a falta de determinação em subir a montanha, vemos muitos irmãos que serviram a Deus no passado, continuarem no passado, seja por causa de pedras de tropeço, seja por causa de esfriamento, seja por muitos motivos fracos ou fortes, mas porque ficaram no passado, deixaremos esses irmãos ainda presos à planície?
Quantos irmãos estão com seus talentos (principalmente musicais) enterrados devido aos percalços que a vida quase sempre traz, e os irmãos da Igreja, também quase sempre sem nenhuma misericórdia, só fizeram a ferida sangrar ainda mais com acusações acompanhadas de dedos firmes, sujos e duros? Quantos irmãos abandonaram a casa do Pai, os braços da Mãe, e como muitos de nós ainda estão enfaixados como Lázaro! Falemos para eles e mais ainda, para nós mesmos: venha para fora!
Não nos convençamos se o irmão dizer que já se tornou cômodo, que já se acostumou a estar fechado em si mesmo, em superar problemas sozinho. Ninguém nasceu para viver só, e Deus quer precisar de cada ser, de cada irmão para que o seu aprisco esteja repleto com as ovelhas que Ele mesmo escolheu. Lembremos que somos membros uns dos outros, e que unindo esforços é que os milagres acontecem.
Lembremos também de que, sempre que tomamos a decisão de subir a montanha, de sair da “cidade do nosso eu”, que nos prende às coisas que nos levam ao pecado, muitas vezes chega alguém para “meter o malho” na Igreja. Só Deus é cem por cento verdade! Lembremos que a Igreja é santa e pecadora!
O ser humano hoje, inclusive muitos irmãos da RCC (movimento do qual também participo dentro da Igreja) diferentemente de alguns anos atrás, estão com tendências de louvar pouco a Deus e na verdade muitos já começam a louvar o inimigo quando murmuram. Vemos na própria Igreja uma espécie de “mistério Hardy”. Quem tem mais de 35 anos com certeza se lembra do desenho da hiena Hardy que nunca ria. Ela era companheira do Leão Lip, e o seu bordão era: ó vida, ó céus, ó azar!
“Salva-te, se queres conservar tua vida. Não olhe para trás, e não te detenhas em parte alguma da planície”. (Gênesis 19, 17)

Arnóbio Moreira

segunda-feira, 9 de março de 2009

Deus grande, imenso

Deus grande, imenso

É muito mais que apenas Pão, que morte, que ressurreição
É um milagre à minha frente mais uma vez
É muito mais que ensinamento, é a didática da Vida
É o Deus que mesmo sendo grande se faz pequeno

Se faz pequeno para entrar em mim e se fazer um só comigo
Se faz pequeno para caber em meu coração
Se faz pequeno no altar, para que meus olhos possam contemplar
A honra, a glória e o louvor de um Deus grande, imenso.
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Esse poema, essa futura composição talvez, começou a ter um “esboço” no último domingo, exatamente na hora do milagre, em que o padre ao falar as palavras “mágicas” e erguer as mãos sobre o altar, toda a Igreja viu o próprio Cristo nas mãos do sacerdote.
“Ruminando” aquele momento até agora, eu precisei “desabafar” mais uma vez no papel. O meu companheiro, o Doce Hóspede da Alma, mais uma vez me fez vir ao computador e partilhar momentos ricos e intensos.
Vejo esse momento muito mais forte do que um “Fazei isto em memória de mim”. Vejo nesse momento no altar, um verdadeiro aprendizado, um verdadeiro ensinamento de se chegar ao Caminho. Pois só se chega ao Caminho se nos olhamos pequenos como realmente o somos. Vejo ainda uma profunda aula da Verdade, pois a verdade é que nada somos, e Deus que é tudo em todos, se faz humilde. Vejo ainda uma profunda didática da Vida, pois a vida é simples. E as melhores coisas da vida são simples, assim como Deus é simples.
Penso ainda que se Deus não se fizesse pequeno, em partículas, como poderia entrar no coração de cada um de nós? Se Deus não fosse tão grandioso não se faria tão pequeno para entrar na nossa pequenez?
Então enquanto muitos perdem tempo buscando o caminho para encontrar atalhos, enquanto muitos perdem tempo buscando o caminho para as Índias, nós devemos ganhar tempo, louvando, bendizendo, a Deus, por Ele ser tão maravilhoso, lindo, paciente, benevolente, grande, grande, grande, para se fazer pequeno para caber dentro de nós.

Filhos Pródigos

Filhos pródigos

Longe de mim, querer ser santo do pau oco ou moralista. Aliás, quem me conhece sabe que sou contra esses falsos moralismos, sou contra esses homens, essas pessoas que julgam a vida dos outros a torto e a direito e se colocam como verdadeiros santos em pedestais.
Digo mais; para aqueles homens que pregam veemente contra a carne à “galera Teen”. Gostaria de vê-los pregando com a mesma forma, se fossem homens sarados, sem gordura localizada, sem verdadeiros “pneus de caminhões” nas cinturas, ou ainda sem automóveis bonitos, ou principalmente: sem dinheiro no bolso. Sem querer julgar ninguém e nem tampouco apontar dedos, fui testemunha de vários “santos do pau oco” que na primeira oportunidade deixaram para trás tudo aquilo que pregavam e lambuzaram-se em tudo aquilo que eram contra. Só que o mais importante de tudo, é que Jesus é o dono de todo perdão.
Mas deixando de fugir do assunto, e como antecipei, sem falso moralismo, observo que é muito difícil para essa geração mais jovem, dizer não aos apelos da carne. Claro que não é impossível, mas na época da internet, do disk isso, disk aquilo, da facilidade com que as coisas se apresentam, somente sabendo bem a direção do Norte que se busca, é que as pessoas, principalmente os mais jovens não caem e se lambuzam. E louvo a Deus por poder ser testemunha ocular de muitos desses jovens que sabem o que querem. Louvo a Deus por testemunhar até mesmo dentro de casa, jovens autênticos que conhecem a direção do seu Norte.
Nessa época do Vale tudo, vale o que vier, o pior é que diferentemente do tempo da canção que o Tim Maia cantava, hoje vale até mesmo homem com homem e mulher com mulher!
Nessa época da droga fácil em todo canto, do álcool que muito embora a mídia ensine que não combina com direção, parece que o recado não chega aos ouvidos daqueles que se dizem “sóbrios”, parece que tudo concorre para que o fogo se una com a palha.
A maioria dos jovens de hoje, vive como se o mundo fosse acabar daqui a uma hora! Daí o sexo desenfreado, daí a perda do sentido da vida. Daí a falta de referência de hombridade e feminilidade. Daí a falta de vergonha de urinar em público, a falta de vergonha de se fazer muitas coisas em público, as vezes se deixando filmar. O prazer momentâneo é feroz e a vida passa em um segundo, o tempo não pára, não pára, não pára não, como dizia Cazuza.
Indo um pouco antes da geração Teen, vemos ainda meninos e meninos que sequer “fazem sombra” determinando suas vontades, seus desejos, suas ordens para os pais, que infelizmente acreditam que educação é para se aprender na escola, com os professores. Daí vemos o que vemos. Filhos criados pelo mundo. Pessoas criadas sem carinho e sem respeito não podem expressar carinho e respeito. Pessoas criadas sem amor, só podem expressar o que viveram. Daí os estupros, as violências gratuitas. Daí vemos jovens marginais assaltando e jogando pessoas do despenhadeiro da avenida Niemeyer.
Mais uma vez, repito, longe de querer ser moralista, na verdade, me revelo um saudosista, de querer ver jovens jogando bola, empinando pipa, brincando de pique bandeira. Me revelo um saudosista, por querer ver lares ao invés de casas, que na verdade, muitas vezes são cada vez maiores e mais vazias. Me revelo um saudosista de ver cadeiras nas calçadas, de ver filhas ou filhos sentados nos colos dos pais, que jamais pensariam qualquer maldade com seus filhos, quanto mais estuprar seus rebentos. Me revelo um saudosista por querer ver filhos obedecendo aos seus pais com um simples olhar.
É muito triste ver jovens disputarem beijos. Quantos mais beijos melhor. Não importa por onde as bocas que beijam tenham passado dois minutos atrás. Em suas contas, em suas estatísticas cada vez mais “deprimentes” não se dão conta das herpes, das cáries, do mau hálito e de tantas outras doenças que ganham de presente pela “fase” teen que muitas vezes não passa nem com a chegada da velhice.
Falando em velhice, longe de querer ser velho, acredito que cada um de nós tem uma história, e que dentro de cada um de nós existe um filho pródigo que gasta sua herança, que come até mesmo a comida dos porcos. Porém também acredito que assim como o mesmo filho pródigo, dentro de cada um de nós existe um pensador que um dia resolve valorizar o amor do Pai, e sendo assim, toma a coragem de retornar à casa Paterna. E quando o faz, ao chegar perto da casa, enxerga o Pai vindo ao seu encontro para um lindo abraço de perdão.
É óbvio que muitos infelizmente não tomam a decisão por terem a vida abreviada quando comiam a comida dos porcos, ou ainda quando estavam com as meretrizes, ou ainda com os falsos amigos. Porém muitos como eu, louvado seja Deus, conseguem chegar são e salvo para o abraço cheiroso, suado e apertado do Pai. Esses como bons “malandros da galiléia” aproveitam a oportunidade e ficam no bom e saudável convívio da Sagrada Família, com sandália nova, com anel no dedo e com uma grande festa, uma linda festa que só os que tem a coragem de amar e pedir perdão conhecem.

Filho Pródigo
Lucas 15, 11-32

Já é mais que tempo de voltar, nada tenho, só me resta o Pai
Vou dizer, me trata como um servo, não valorizei o seu amor

Mas o que é isso filho amado, tanto tempo Eu esperei por ti
Tantas tardes tristes e vazias, te julgava morto e estás aqui

Hoje eu quero a melhor das festas, venham todos, se alegrar comigo!
Ponha logo esse anel no dedo, e as sandálias novas para os pés
Ponha logo essa roupa nova, erga o rosto, eu já te perdoei
Vamos logo, cevem o novilho, pois meu filho, morto, reviveu!

quinta-feira, 5 de março de 2009

No teu Santuário

No teu Santuário
Marcos 1, 40-42 - Marcos 10, 46-52 - Lucas 8, 43-48


Quando eu entro aqui, Senhor, no teu santuário
A tendência é desviar o olhar, pois sou pecador
Ao prostrar meu coração eu ouço tua voz me dizendo
Não te acuso, só te amo, que bom que você voltou aqui

Logo o servo e o seu Senhor se unem num grande amor
Vejo a lepra ser curada, e só faço agradecer
As escamas dos meus olhos, uma a uma caem ao chão
Vejo o fluxo de sangue se estancar de vez.

É bonito e intenso o momento, embora muitas vezes curto, em que passamos diante do Senhor, no Sacrário. Lá no Santo dos santos, existe um encontro primeiramente conosco, com as nossas misérias, com o nosso eu, e posteriormente com Deus. Aliás a própria palavra DEUS no português, vem nos mostrar como se dá o nosso encontro com Ele. O D do início e o S do final com o EU no meio, já demonstra claramente que DEUS envolve o nosso EU. Deus nos protege, A palavra Deus revela que Ele nos envolve já na própria palavra, e não apenas com o Verbo divino. O Verbo encarnado, o Deus que se fez homem para nos resgatar das trevas.
Mas como narrava, lá no Sacrário, não existe jeito de nos escondermos, somos nós e Deus. Nós com nossas misérias e Deus repleto de misericórdia. Nós com os nossos pecados e Deus pleno de santidade. Nós com as nossas lepras, cegueiras, paralisias espirituais, e Deus cheio de cura nas mãos para nos dar.
É apaixonante, é verdadeiramente sem explicação observar que um Deus lindo, maravilhoso, cultua tanta paixão por um povo tão rebelde, “cabeça dura”, e infiel como nós.
Obviamente também é apaixonante observarmos que cada vez mais que sabemos sobre Deus, na verdade menos sabemos, e vemos que temos muito ainda para aprender. É gratificante quando seguimos os passos de Jesus, que nos adverte que no mundo nós teremos tribulações, porém Ele venceu o mundo! Ao mesmo tempo que é poético, é vivificante!
Por isso, cada vez que te sentires abandonado, experimente a companhia de Jesus no Sacrário. Cada vez que te sentires “derrotado”, busque a vitória no Rei dos reis. Cada vez que te olhares injustiçado, busque a justiça, no Justificador. Cada vez que te sentires faminto, sacie a fome espiritualmente no Pão dos céus. Cada vez que te perceberes humilhado, busque consolo naquele que se humilhou por você e por mim e foi despido no alto da cruz. E não se esqueça de nos momentos de alegria, de vitória, louvar e bendizer o amigo, que sempre nos espera ansioso, para uma “conversa franca” na casa dele. O que tu ainda estás esperando? Vá, agora, o Senhor te espera ansioso!

Arnóbio Moreira

quarta-feira, 4 de março de 2009

MULHER

M U L H E R

No livro dos Gênesis (o primeiro capítulo da Bíblia Sagrada) vemos a narração do início do mundo. E na sua linda poesia, o Grande Poeta e Autor de tudo e de toda a criação, mais precisamente depois de ter feito os céus e a terra, formou o homem do barro da terra. Posteriormente, “vendo que não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2,18a) deu uma ajuda adequada ao homem.
Vejo a partir desse ponto, que Deus na sua infinita e grandiosa sapiência viu que o homem sem a mulher não está completo! Daí, aprendo também que a necessidade da mulher na vida do homem se dá desde o seu nascimento. É preciso um útero e não um barro para o homem ser gerado (já a partir do filho de Adão). É preciso um colo materno, é necessário um carinho diferenciado de mãe, é preciso do leite, do calor, do conselho, da palmada materna, do beijo, da proteção que somente uma mãe sabe como dar.
Vejo ainda que a necessidade de uma mulher, de uma mãe, é tão forte, é tão grande, que até para enviar Seu Filho à terra, Deus escolheu uma Mulher, uma jovem virgem, pura, que por conhecer e sondar o coração daquela jovem a escolheu como Mãe do Salvador. Escolheu o aconchego do útero, do ventre da Virgem Maria como morada do Menino Deus.
Continuando na minha viagem imaginária e gratuita, fazendo uma espécie de retrospectiva, vejo que Deus sempre colocou no meu caminho, mulheres guerreiras, amigas, companheiras, para que elas me ajudassem a viver. Sinceramente louvo a Deus por minha mãe, por algumas avós e mães emprestadas que a vida também tratou de me arrumar. Louvo a Deus pelas mulheres que passaram por minha vida e principalmente pela mulher que passou, lutou, e ficou em minha vida, investindo sem pestanejar, no amor. Louvo a Deus por tantas amigas, tantas colegas, louvo a Deus por minhas irmãs de sangue e de coração. Louvo a Deus por minha filha, que na verdade me ensina mais do que propriamente eu a ensino.
Voltando ao livro do Gênesis, aprendo que a mulher é uma espécie de obra final da criação de Deus. Deus quem sabe deve ter percebido que faltava um toque de beleza nesse mundo tão bonito. Faltava a flor do jardim do Éden do homem. Faltava a essência que não havia em nenhuma das flores. Faltava o ombro frágil e torneado que agüentaria fortes cruzes. Faltava aquela que seria chamada de sexo frágil, mas que na realidade seria o sexo forte.

Mostra-me um lugar bonito, que eu o torno ainda mais com a presença da mulher
Um perfume, uma flagrância, e ele fica mais cheiroso se no corpo da mulher
Lapidado pelas próprias mãos de Deus, a mulher tem seu encanto em cada canto
Homem nenhum, ainda se abandonado, consegue vir ao mundo sem uma
E depois de criado, não consegue se realizar, se ao seu lado não passou uma mulher
Realmente, eu tenho que concordar com o Criador. Não é bom que o homem esteja só.


Arnóbio Moreira