sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Contigo

Contigo

Foste tu, que sem querer me ensinaste
A absorver na alma, o cheiro, o gosto, da tua pele tão macia
Porque um dia, quando não fores tão jovem
Amarei os sulcos, as rugas, tudo, tudo
Tudo que acaso o tempo crie em tua pele, em teu corpo
Esse corpo, essa tua pele, que é tão minha

Foste tu que sem saber me ajudaste
A ser chefe de família, a ser pai, e mais que um pai; um pai amigo
Foste tu que sem notar, me demonstraste
Como a tal felicidade, se constrói bem lentamente
E não se acha pelos shoppings, nas estantes, nas vitrines
Mas se encontra no amor, só no amor

Eu contigo, vi um pouco da minha mãe
Não no amor que só se doa, mas no amor que dá, perdoa
Eu contigo vi que o frio da alma é aquecido no abraço mais forte
E que os sonhos que temos acordados, são bem melhores, partilhados
Eu contigo pude ver não o perfeito, mas que os imperfeitos se completam
E é assim que então me vejo um eterno poeta, pois o teu amor me afetaE eu escrevo e amo sempre, sempre mais.