segunda-feira, 18 de maio de 2009

Black out

Vejo um black out na cidade
E a escuridão que enfim, invade
Ruas e praças, os prédios, as casas
As avenidas, e os carros no asfalto
Vejo um black out na cidade
Pó e fumaça, dominam, invadem
Vielas e guetos, e as coberturas
Nos endereços dos “nobres mais pobres”
Mas quem apagou a luz? Quem pôs no escuro essa cidade?
Quem deu a arma ao meliante? Diga, quem “levantou a Boca”?
Mas sempre há luz se temos fé, e a luz dissipa a escuridão
E muda rumos, abre trancas, e resgata vidas
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Os grandes centros, as grandes metrópoles, estão cada vez mais vivendo em um grande black out! E com o black out geralmente já não se enxerga mais nada a não ser vultos, pessoas sem rosto.
E esses black outs se expandiram para os endereços mais nobres. Para os sobrenomes respeitados, rompendo assim fronteiras, misturando classes, transformando tudo em pó, em fumaça.
Porém nos lugares onde não se paga o IPTU, ou que o IPTU é menor, o black out ainda é mais demorado, As autoridades pouco se importam com o tempo que o povo passa na escuridão e a segurança praticamente não existe. O direito é torto, a falta de cultura, a falta de escola, de lazer, de oportunidades, tudo faz com que a escuridão ainda se associe ao medo, e se instale mais fortemente nos lares, e nos corações dos menos favorecidos.
Isso sem contar que a área de risco, justamente pela escuridão que se dá em torno do “suburbano”, acaba tornando tudo mais vulnerável e favorável para que o pobre tenha muito mais sua vida colocada em risco, seja pela bala perdida que geralmente é encontrada no corpo de um inocente, seja pelo automóvel que lhe é roubado e consequentemente trocado por cocaína, maconha, etc.
Isso sem levar em conta que por ser área de risco, os seguros principalmente dos automóveis dos suburbanos se tornam quase que impraticáveis. Daí vemos geralmente os ricos com os suas “máquinas possantes”, pagando menos do que os de “mil cilindradas” dos suburbanos, o que é uma injustiça!
Mas voltando ao foco da mensagem, os black outs têm seus inícios quando o usuário de droga chega para comprar a sua cocaína, o seu crack, a sua maconha.
Os black outs se formam quando o usuário nem se toca de que aquela erva que ele está querendo “detonar” pra relaxar, tirou a vida de algum chefe de família, ou de algum adolescente, ou ainda de alguma criança inocente, seja num assalto que serviu para “levantar a boca”, seja num tiroteio que modificou a rota da droga e que agora ele “aperta”, sem culpa.
Os black outs são formados quando o “filhinho de papai” faz uma “carreira” e joga fora a carreira tão sonhada por seus pais para ele. Daí naquela carreira ele não consegue enxergar o sangue da grávida que foi morta no sinal fechado. Ele não consegue observar que o João Hélio foi arrastado não somente pelos assassinos, mas pela droga. Droga que ele ajuda mesmo sem querer, a colocar nas “Bocas”. Afinal de contas só existe traficante porque alguém compra a droga. Os black outs são formados quando o pobre “fuma”, “cheira” a televisão, a geladeira, a jóia, o vaso sanitário, a pia, o aparelho de som, que o seu pai, sua mãe, seu irmão, sua irmã, sua avó comprou com dificuldade.
Os black outs são formados também de dia, nos assaltos que por estar “doidão” o assaltante assassina o cobrador, sem que este esboce qualquer reação. Os black outs são formados pelos loucos usuários que no afã da droga, assaltam as escolas, e deixam alunos sem aula, na total escuridão do saber.
Os black outs se afunilam na boca de fumo, no traficante, no ladrão, no usuário, no familiar que sempre aguarda por uma notícia, com um sopro de esperança de que seu amado deixou, largou o vício, a “boca”, ou ainda a triste notícia de que seu coração não sabe se vai agüentar.
Os black outs se afunilam na conivência, na falta de decência, na corrupção. Porém quando as pessoas se abrem à Jesus, que é a luz, os black outs, são dissipados, pois a luz brilha nas trevas.
Os black outs são dissipados quando tomamos consciência de que na casa do Pai há sempre um lugar reservado para o filho que se arrepende. Foi assim com o filho pródigo.
Os black outs são dissipados, quando alguém deixa de dizer, simplesmente por dizer: fé em Deus, mas passa na verdade a dizer e a ter fé em Deus, que tudo pode, até mesmo mudar uma realidade de trevas, para uma realidade clara e cheia de luz.

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