quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Perdão

O Perdão

Hoje, assim que cheguei na empresa, abrindo meus e-mails, vi que dentre eles havia um que falava sobre o perdão, enviado por uma irmã em Cristo, muito amada. Era assinado por Roberto Shinyashiky, com fundo musical de Richard Cleyderman da música All by myself de Eric Carmen, Sheryl Crow e Celine Dion.
No texto, o autor citava uma mulher que havia sido abandonada por seu marido e queria vingança. Citava também as feridas que muitas vezes fazemos e que também nos fazem durante a nossa estadia aqui na terra. Falava ainda sobre deixar no passado as mágoas. Roberto Shinyashiky, me fez ir um pouco além, e passo a partilhar o que penso.
O perdão na verdade, nós não damos apenas. O perdão é uma estrada de mão dupla, por isso quando damos, recebemos! Aliás, isso fica claro na oração que o próprio Cristo nos ensinou: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”. O perdão é um gesto tão nobre, que retira as algemas, abre as cadeias, rompe os laços, nos solta daquele que nos ofendeu, fazendo com que ele, e também nós, sejamos livres.
O texto sobre o perdão, me fez repensar que muitas vezes até mesmo num gesto de sinceridade, ofendemos sem querer a quem nos ofendeu até mesmo por expor a própria situação que nos ofendeu. Também a sinceridade “sem julgamento” muitas vezes mostra ao irmão a sua realidade, que por um passado difícil (mas que ninguém tem nada a ver com isso) se tornou agressivo, ou egoísta, ou hipócrita, ou possessivo, ou individualista, ou mandão, ou grosso, ou sem amor (muitas vezes consigo mesmo). E como citei, acabamos ofendendo quem nos ofendeu. Aliás pela minha personalidade sincera (principalmente comigo mesmo) sei que não julgo, mas muitas vezes falo as verdades que muitos gostariam de falar e que muitos não gostam de assumir, tampouco de ouvir. Principalmente à esses peço perdão.
Indo mais profundo, principalmente na caminhada com Cristo, mais precisamente na Igreja, nos ministérios, é muito fácil percebermos pessoas de difícil temperamento, até mesmo porque Jesus não veio para os sãos mas para os doentes. Então vemos facilmente pessoas despreparadas para funções de chefia, mandando e desmandando, abrindo e mandando fechar, e com isso acabam se enganando, pois na verdade não possuem o dom da liderança. Quando muito, sobressaem dentre alguns. É claro que há exceções!
É também por isso, que como diz o Monsenhor Jonas Abib, é difícil a caminhada! Mas o perdão é para ser dado. E se é assim, eu perdôo, sempre! Mas perdoar não é como muito gente diz, dar sempre a face para bater de novo! Perdoar é você olhar para a cicatriz e não doer mais, afinal a ferida já está cicatrizada. Porém a cicatriz deve deixar você atento quanto ao não se machucar de novo da forma anterior. Pois fica a pergunta: Será que a pele agüenta setenta vezes sete?
Finalizo com o pensamento de que o perdão é para os fortes darem e receberem. O perdão é mais do que um gesto de pedir desculpas, é um ato de romper o coração sinceramente quando se pede e quando se dá. O perdão é muito mais do que palavras, é a chance de um abraço de paz. O perdão é um gesto de imitar a Jesus. Pois ele nos faz ressuscitar, ir no inferno do “fundo nosso eu” e rasgar a carta que havia contra nós.

Arnóbio Moreira

Um comentário:

  1. Cara, você escreve muito! É realmente um poeta, um artista! Como pode a Academia Brasileira de Letras ainda não tê-lo convidado para fazer parte dela? Já sei... ela ainda não o descobriu! He he. Beijinhos da sua maior fã, sua filha e amiga Thaís Moreira.

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